Funcionário diz que fábrica que explodiu em Sertãozinho pagaria R$ 200 por descarga de produto

  • 18/10/2024
(Foto: Reprodução)
Samuel Bernardino foi contratado com o pai, Aparecido Olímpio Bernardino, que morreu na quarta-feira (16), para descarregar tambores com clorito de sódio. Acidente aconteceu na sexta-feira passada. Homem diz que mortes na fábrica de Sertãozinho aconteceram por falha Contratado pela Innove Química para o serviço de descarga de tambores carregados com clorito de sódio que explodiram na semana passada em Sertãozinho (SP), Samuel Bernardino disse nesta quinta-feira (17) que a empresa pagaria R$ 200 a ele e aos outros funcionários terceirizados envolvidos no acidente. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Ele e o pai, Aparecido Olímpio Bernardino, que teve a morte confirmada no fim da noite de quarta-feira (16), trabalham como chapas e foram chamados para o serviço no dia da explosão. "Perdi meus amigos, perdi meu pai, cada um estava ganhando R$ 200, R$ 200 perder a vida, pagar R$ 200 pra levar o pão de cada dia pra casa é duro. E aí a família em casa achando que o marido ou alguém vai chegar com o dinheiro pra comprar alimento pra por dentro de casa e, de repente, chega o vizinho dizendo que morreu. E não chega dinheiro, não chega marido, só chega decepção, dor, morte. É duro isso". Samuel Bernardino chegou a ficar internado por inalar fumaça tóxica na explosão de fábrica em Sertãozinho, SP Aurélio Sal/EPTV Além de Aparecido, Estevão Felisberto Campanini, também morreu por conta das queimaduras causadas pelo acidente. LEIA TAMBÉM Empilhadeira furou lata e causou explosões em fábrica com produtos químicos em Sertãozinho, diz funcionário Morre segunda vítima de explosão em fábrica com produtos químicos em Sertãozinho Vítima de acidente em fábrica que explodiu em Sertãozinho diz que foi de moto até UPA atrás de socorro À EPTV, afiliada da TV Globo, Samuel contou que já tinha sido chamado para o trabalho outras vezes e o combinado era apenas descarregar do caminhão os produtos, armazenados em tambores, para que a empilhadeira os levasse para dentro do depósito. "Nosso combinado era descarregar, paletizar aquele produto, na hora que paletizar, a empilhadeira lá dentro se vira. Acabou de paletizar ali, nós colocamos no palete, eles pagavam pra nós. Assim como já fizeram outras vezes, assim como outras empresas fazem aqui em Sertãozinho, não é só a Innove. Tem outras empresas que trabalham com produto químico que chamam a gente, porque sabem que a gente tem experiência com isso". Caminhão com produto químico pegou fogo e as chamas atingiram empresa em Sertãozinho, SP Cacá Trovó/EPTV Segundo o funcionário terceirizado, no dia do acidente, as primeiras explosões vieram do lado de dentro da fábrica. "Vi de longe o fogo vindo pra nós, queimando nós diretamente. Foi 'corre, corre, Rogério, corre, gente, deixa tudo pra trás'. Nem todos nós tiveram a sorte de correr e não se queimar, infelizmente três de nós não conseguiram". Uma das vítimas, Rogério Soares foi de moto até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) atrás de socorro. Ele segue internado na ala de queimados do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e o estado de saúde dele é estável. Samuel disse que as famílias têm recebido assistência da empresa, mas, ainda assim, vê falhas dos responsáveis. "Aquele descarregamento não podia ser feito ali fora no meio da rua. Eles deram EPI, uma luva pra nós, estão dando assistência para os familiares, estão dando remédio, a gente está tendo essa parte. Mas teve negligência da parte deles, que eles deveriam ter visto esse acidente antes". Em nota enviada à EPTV, a Innove Química informou que todos os atingidos estão sendo diretamente assistidos. Caminhão com produto químico pegou fogo e as chamas atingiram empresa em Sertãozinho, SP Cacá Trovó/EPTV Galpões envolvidos no acidente foram demolidos Segundo a empresa, os galpões envolvidos no acidente de sexta-feira passada já foram demolidos, diminuindo o risco de eventual desabamento. "Nesta sexta-feira, dia 18, será finalizada a limpeza completa nos termos da legislação ambiental. Já as ruas Atílio Magon e José Venâncio do Carmo estão passando por limpeza e também terão acesso liberado nesta sexta-feira". Ainda segundo a Innove, dois imóveis foram liberados para seus moradores também nesta sexta-feira. As outras residências afetadas pela explosão devem ser entregues aos proprietários em até 120 dias. Imagem feita por drone na área da empresa de produtos químicos atingida por incêndio em Sertãozinho, SP Cacá Trovó/EPTV Explosões, feridos e desalojados O incêndio começou por volta das 13h30 de sexta-feira (11), na Vila Industrial, em Sertãozinho, após diversas explosões em um caminhão estacionado na rua em frente à empresa, e também na parte interna dela. Um vídeo de câmera de segurança obtido pela EPTV mostra o momento em que acontece a explosão que antecedeu o incêndio (veja abaixo). Vídeo mostra momento em que caminhão com produtos químicos explode em Sertãozinho O fogo se alastrou pelos imóveis vizinhos e comprometeu as estruturas. Um quarteirão inteiro teve de ser evacuado e moradores no bairro tiveram ao menos 12 casas interditadas pelas autoridades por causa de danos causados. De acordo com a Prefeitura, no dia do incêndio, ao menos 30 pessoas, 11 delas com queimaduras, foram atendidas na UPA. Uma mulher e os quatro filhos, com idades de 2 a 10 anos, ficaram feridos. Bombeiros suspeitam que galões com clorito de sódio podem ter explodido em empresa em Sertãozinho, SP Cacá Trovó/EPTV Duas vítimas do incêndio seguem internadas, uma no HC e outra no Hospital São Lucas Ribeirânia, ambas em Ribeirão Preto. Não há previsão de alta. Um laudo da perícia ainda deve apontar as causas do acidente e indicar se houve imprudência das pessoas que manuseavam os produtos. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a fábrica tinha permissão para operar no local, mas não podia manter depósito. O inquérito policial que investiga o acidente aponta os crimes de homicídio, lesão corporal e incêndio. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2024/10/18/funcionario-diz-que-fabrica-que-explodiu-em-sertaozinho-pagaria-r-200-por-descarga-de-produto.ghtml


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